Os consumidores dos Estados Unidos este ano passarão mais tempo navegando pela Internet do que lendo jornais, indo ao cinema ou ouvindo música, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira.
As conclusões são parte de um novo relatório do grupo private equity Veronis Suhler Stevenson (VSS), que demonstra que os anunciantes estão prestando atenção às mudanças no comportamento dos consumidores e colocando mais dinheiro em áreas como o marketing digital.
No ano passado, as duas maiores mídias publicitárias foram os jornais, com US$ 55,7 bilhões, e a TV aberta, com US$ 48,7 bilhões, de acordo com a VSS.
Mas o grupo estima que, em 2011, a Internet se tornará a maior das mídias publicitárias, com dispêndios da ordem de US$ 63 bilhões, e descreve essa virada como "um momento decisivo" no setor de mídia. "Consideramos que essa seja uma das mais importantes constatações do estudo", disse o diretor executivo da VSS, James Rutherfurd, em entrevista. A empresa conduziu o estudo em cooperação com a consultoria PQ Media.
Rutherfurd também apontou para um desdobramento potencialmente preocupante para o setor de mídia - o tempo total dedicado à mídia caiu ligeiramente no ano passado, em consequência do abandono, pelos consumidores, dos jornais e de outras fontes tradicionais de notícias e entretenimento.
Pela primeira vez em uma década, constatou o estudo, os consumidores dedicaram menos tempo à mídia em 2006 do que no ano anterior. O uso por pessoa caiu em 0,5%, para 3.530 horas ao ano, de acordo com o estudo, segundo o qual a mídia digital tipicamente requer menos tempo do que a mídia tradicional.
Por exemplo, os consumidores em geral assistem TV aberta ou a cabo em sessões de pelo menos 30 minutos, mas dedicam tempo médio de apenas cinco a sete minutos para assistir a vídeos gerados por usuários da Internet, segundo o estudo.
Isso pode contrariar previsões de alguns especialistas em mídia de que o uso da Internet elevará o tempo total dedicado pelos consumidores às mídias. Mas a VVS espera que a tendência se corrija em 2007, com alta geral de 0,1%, e em 2008, com avanço de 0,8%.
Reuters